Quando a crise aperta o fluxo de caixa da Empresa, é natural que proprietários e acionistas saiam pedindo cortes nos gastos e reduções nos custos, mas qual a diferença entre estas duas ações ? Muitos acreditam ser a mesma coisa, mas não são, são ações bem distintas e muito importantes. Vamos falar um pouco sobre elas.
Geralmente o termo custo está ligado ao valor que se paga para se produzir um bem ou executar um serviço, já os gastos se referem às despesas que as empresa têm para fazê-las funcionar. Para que possamos simplificar o entendimento, vamos tentar ser breve nas definições sobre custos. Podemos classificar os custos de duas formas diferentes, custos diretos e indiretos e custos fixos e variáveis. Custos diretos são os gastos realizados diretamente com a produção dos produtos e/ou execução dos serviços prestados ao Clientes, exemplo: matéria-prima; salários da produção; logística e etc, por outro lado, os custos indiretos são aqueles gastos cuja finalidade não está ligada diretamente com a produção como: condomínio, aluguel, salários do pessoal do escritório e etc. Analisando de uma outra forma, os custos fixos são aqueles que não se alteram conforme o aumento pela demanda do produto ou serviço, exemplo: alugueis, água, salários, condomínio e etc, por sua vez custos variáveis são aqueles que variam conforme varia também a demanda, como: matéria-prima, comissões, energia elétrica (em alguns casos) e etc.
Quais custos então deveremos rever em função da crise? A resposta correta é: todos, mas de uma maneira diferente e não somente em época de crise.
A revisão dos custos diretos e variáveis são os mais difíceis de se rever, para se reduzir o custo de uma matéria-prima por exemplo, devemos negociar com os fornecedores ou desenvolver novos fornecedores e/ou materiais, mas e os salários diretos? Neste caso seria interessante avaliar a eficiência dos processos ou a qualidade na execução dos serviços, mas isto não é tão simples e exige cuidados e conhecimento para tanto. No caso dos custos fixos e indiretos, ou normalmente denominados gastos, podemos verificar os excessos como: benefícios, gastos com energia, serviços de terceiros, horas extras e etc.
O que costumamos observar em micro e pequenas empresas é que os empresários não estão acostumados a calcular os seus custos, alguns não sabem como são formados, assim a primeira coisa que devemos fazer é entender a formação do custo do produto, valorizar cada item de uma lista que compõem o produto e serviço, agregar a cada um a sua fatia do rateio dos custos fixos e indiretos e com isso entender, quais são os custos e gastos que devemos reduzir para que nosso preço de venda seja competitivo e com isso possamos aumentar nossa receita.
Caso não façamos esta análise corremos um sério risco de cortar o que não se deve e manter o que não é importante.
Autor: Carlos dos Santos