Existem hoje diversos instrumentos tecnológicos e ferramentas de trabalho criados para facilitar o dia a dia dos profissionais, não importando a sua área de atuação, no entanto, mesmo com estes “facilitadores” à disposição, não raro gostaríamos que o nosso dia tivesse mais do que 24 horas para que pudéssemos dar conta de todas as demandas que nos são atribuídas, além disso, precisamos ser eficientes, multifuncionais e proativos. Considerando também as demandas de nossa vida pessoal, seria normal imaginarmos que vez ou outra pudéssemos ter um surto emocional ou até mesmo, no pior caso, uma mal súbito. Provavelmente conhecemos alguém que já tenha passado por situação semelhante, se não nós mesmos.
Recuperar a calma e agir racionalmente neste momentos parece impossível, mas precisamos tentar, os relacionamentos profissionais dependem desta capacidade que temos de enfrentar os problemas e vencer os obstáculos que sempre aparecem, a esta capacidade dá-se o nome de resiliência, que na verdade é um termo proveniente da física que significa a capacidade de alguns materiais de acumular energia quando submetidos a um estresse. Muitas pessoas possuem esta capacidade nata de resiliência, outras precisam desenvolvê-la ou aperfeiçoá-la, o fato é que superar os problemas é hoje um fator de sobrevivência pessoal e profissional. A falta de resiliência em situações de estresse é com certeza um fator muito negativo nos relacionamentos profissionais dentro das empresas, isto pode gerar desmotivação e perda de eficiência, quando não acarretar demissões, voluntárias e involuntárias.
Existem empresas que receosas em contratar profissionais não resilientes perguntam aos candidatos se estes conseguem trabalhar sob pressão, obviamente a resposta será sim, mas a verdade somente será conhecida depois da contratação e nos momentos de estresse. Superar as demandas profissionais é com certeza um desafio que temos enfrentar, a falta de resiliência dentro de quatro paredes é um grande problema de se gerenciar, mas o maior de todos os problemas é quando a incapacidade de resiliência extrapola os muros e atinge clientes, fornecedores e outros profissionais com quem nos relacionamos, se isto acontecer pode causar um dano irreparável para a empresa e também para o profissional.
O que temos que fazer para nos tornarmos uma pessoa e um profissional resiliente? A primeira e mais importante ação é sabermos se temos esta capacidade ou não, esta pode ser a parte mais difícil, pois fazer uma auto análise não é tarefa das mais fáceis e pode ser que necessitemos da ajuda de um profissional que nos auxilie neste entendimento, mas superando esta fase e chegando à conclusão de que não somos resilientes o que devemos fazer? Apesar do tema ser muito complexo e possuir extensa literatura, vale apenas mencionar algumas breves competências para que possamos praticar e quem sabe nos tornarmos uma pessoa resiliente. A primeira delas seria a empatia, colocar-se no lugar do outro para entendermos um ponto de vista diferente sobre um problema é um grande passo, uma segunda competência seria confiarmos em nossa capacidade de resolução de problemas e entendermos que podemos superá-los, a terceira seria o respeito pelas outras pessoas, o que inclui entender as limitações em todos os aspectos e principalmente compreender que somos indivíduos, ou seja, somos diferentes. A quarta e última competência importante a comentar seria a temperança, que é a capacidade que temos de controlar nossas emoções e impulsividades mantendo a serenidade diante das situações problemáticas.
Trabalhar as competências pessoais de relacionamento não é tarefa fácil para ninguém, mas temos que tentar, não só para alcançarmos nossos objetivos profissionais e pessoais, mas também para nos tornamos mais felizes e assim ganharmos mais qualidade de vida.