As emoções, as pessoas e os seus relacionamentos profissionais.

Os relacionamentos profissionais, sejam eles com clientes ou fornecedores, ou até mesmo com chefes e colegas de trabalho, sempre acontecem com a presença de uma carga emocional. Nós seres humanos não conseguimos deixar as emoções de lado quando nos relacionamos, pois a emoção faz parte do relacionamento. Controlar as emoções, no entanto, é uma boa maneira de evitarmos que excessos interfiram negativamente em nossos relacionamentos profissionais ou negociações.

 

As demandas do meio em que vivemos vêm se tornando muito intensas, somos pressionados no trabalho para sermos competitivos e multifuncionais e assim  gerarmos mais resultados, em casa somos pressionados a sermos um  exemplo,  com os amigos achamos que devemos mostrar o reflexo desta combinação, ou seja, mostrar o quão próximo estamos de algo chamado sucesso. Até as “artes” têm refletido um pouco esta busca por um sucesso que pode não existir, pois não basta sermos um cara temos que ser o cara.

 

As emoções advindas destes novos padrões, se assim podemos agora denominá-los, quase sempre são transparentes nos momentos que precisamos nos relacionar com clientes e fornecedores. É possível, por exemplo, identificarmos com uma certa facilidade quando as pessoas estão ansiosas por terminar uma reunião, uma ligação ou até mesmo um e-mail, pois existe uma necessidade premente de “pular” para a outra tarefa imediatamente. Perceber estas emoções pode ser condição importante para estabelecermos nossa estratégia de abordagem para atendermos melhor um cliente ou negociarmos satisfatoriamente com uma outra parte.

 

Lidar com as emoções alheias, já não é tarefa fácil para psicólogos e profissionais da área, imagine então para pessoas que precisam fazer negócios, a sugestão é não tentar entender  porque as pessoas estão emocionalmente fora do normal no momento em que estamos com ela, mas identificarmos que estão de certa forma alteradas e reagirmos de forma adequada para não piorar o quadro de tensão emocional, mas como perceber  isso caso as emoções não estejam a “flor da pele” ou ainda não se refletiram no tom de voz e na maneira de se comunicar da pessoa? Neste caso é preciso fazer uso da percepção, observação e empatia, diagnosticar a tensão do momento  para ter certeza de tomar a melhor ação para diminuir ou evitar conflitos negativos. Evite pedir calma à pessoa emocionalmente alterada, a tensão pode se agravar, pois sob  este tipo de tensão emocional é comum não reconhecermos o próprio nervosismo.

 

Caso sejamos nós a pessoa emocionalmente alterada no momento, devemos sim, avaliar o motivo que está nos levando a tal estado, para isto devemos parar por um instante o que estamos fazendo, caso estivermos em uma reunião ou ligação, solicitar uma pausa ou pedir licença aos presentes é uma medida aconselhável para interromper a tensão. Respirar fundo e tomar um copo de água pode ajudar a se equilibrar e pensar melhor sobre as próprias emoções, em seguida com mais calma e se houver condições retornar  à reunião ou atividade anterior.

 

As pessoas emocionalmente equilibradas geralmente estão sob o controle das situações, raciocinam melhor e conseguem propor opções plausíveis para solução e finalização de problemas e conflitos.

 

Pode parecer fácil falar e comentar sobre controle emocional se não estamos inseridos no contexto do problema, mas o fato é que, dominar o efeito das próprias emoções e identificar as alterações emocionais das pessoas com quem nos relacionamos poderá nos ajudar a sair de situações problemáticas e fazer com que alcancemos nossos objetivos profissionais e pessoais.

Carlos dos Santos